GARANHUNS COMPLETA HOJE 141 ANOS DE HISTÓRIA

Garanhuns completa hoje 141
anos como cidade.
Aniversário do município
durante muitos anos foi comemorado no dia quatro de fevereiro. Na atual gestão,
a data foi mudada para o dia 10 de março.
Isso até hoje rende
polêmicas. Fato é que as unidades da federação em geral comemoram aniversário
levando em conta quando foram emancipadas politicamente e passaram da condição
de vila à cidade.
É o caso de Caetés, Brejão,
Paranatama e São João. Eram distritos de Garanhuns, foram emancipados e
festejam o aniversário na data em que se tornaram cidades independentes.
O mesmo acontece com Lajedo,
ex-distrito de Canhotinho; Jucati, que pertencia a Jupi e Capoeiras, ex-vila de
São Bento do Una.
Jornalista e advogado, Manoel
Neto Teixeira escreveu um artigo de muita repercussão sobre a mudança na data
do aniversário de Garanhuns. Para ele, a Suíça Pernambucana regrediu ao passar
a comemorar a sua elevação à categoria de vila.
Texto de Manoel foi publicado
originalmente no Jornal do Commercio, do Recife. Já o reproduzimos aqui uma
vez, assim como Anchieta Gueiros fez em seu blog, nesta segunda-feira.
Eis o texto citado, para ler ou reler:
É dado saber que o processo
evolutivo não tem volta, principalmente em se tratando de datas históricas.
Como diria o professor, historiador e editorialista Aníbal Fernandes: “O fato é
sagrado, apenas o comentário é livro”. Queiram ou não alguns o fato, o fato
normativo e histórico, imutável, é que Garanhuns galgou o status de cidade em
quatro de fevereiro de 1879. Percorrer o caminho inverso, ou seja, festejar-se
simplesmente a condição de vila, ao invés de cidade, é retrocesso a troco de
nada e que só confunde as cabeças das novas gerações, milhares de alunos das
redes pública e privada de ensino.
A
formação dos primeiros
núcleos comunitários, com suas características rurais, desde o Brasil
Colônia até o Império até chegarmos à condição de República foi e
continua sendo conhecida como vilas. Eram formadas por casebres,
geralmente de taipas (ver Sobrados e Mocambos, de Gilberto Freyre),
pequenas ruas, serviços mínimos, como fornecimento de água potável,
energia elétrica (esta, só para as vilas surgidas nas últimas décadas,
pois nos velhos tempos luz só de vela e candeeiros). Esse estágio,
primitivo, é que evoluiu como ainda evolui até galgar o definitivo
status de cidade. O caminho inverso, não se tem notícia, exceto agora,
lamentavelmente abarcando a nossa Garanhuns.
Trata-se
de uma evolução natural e artificial, ao mesmo tempo, como é próprio da
condição humana. E não ocorre da noite para o dia, é um processo,
evolutivo, ao que sabemos sem volta; nenhuma cidade quer retroagir à
antiga e superada condição de vila. Com todo respeito a essas pequenas
comunidades quando desenharam ou nada serviram de linha para o
atingimento da condição de cidade.
Está
registrado no volume 2 da coleção de documentos históricos municipais,
edição 1994, trabalho de grande alcance realizado pela FIAM, a seguinte
evolução histórica e normativa de Garanhuns: “Criação do termo – 20 de
maio de 1833; Criação da Comarca: 7 de junho de 1836; Retorno da
freguesia de Altinho ao termo de Garanhuns – 8 de maio de 1945; elevação
à cidade – 4 de fevereiro de 1879; constituição do município (com base
no Art. das disposições gerais da Lei Nº 3/8/1892 – 7 de janeiro de
1893”.
Esse
é o fato. Nenhum comentário, ou procedimento, particular nem mesmo
emanado de órgãos públicos é capaz de alterá-lo, substituí-lo. Quem
conhece um pouco de história sabe que do estado primitivo, nômade, o
homem foi evoluindo até chegar à grande e definitiva criação – a cidade.
Conquista irreversível e proclamadora do grau civilizatório e
urbanístico dos povos dos povos de todos os continentes.