Governo de Pernambuco autoriza 5ª dose da vacina contra Covid-19 para idosos com 80 anos ou mais
O Governo de Pernambuco anunciou, nesta segunda-feira (21), que dará início à aplicação da terceira dose de reforço – ou quinta dose no geral – de vacina contra a Covid-19. A medida vale para idosos com idade a partir de 80 anos, que podem começar a ser imunizados a partir desta quarta-feira (23).
No Estado, o público estimado nesta faixa etária é 264 mil pessoas. A decisão foi tomada em reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que inclui a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) e as prefeituras das cidades pernambucanas, com o apoio dos especialistas membros do Comitê Estadual de Acompanhamento da Vacinação.
Ainda segundo o órgão, um levantamento técnico da secretaria mostra que a maior parte dos internados por Covid-19 nos leitos de terapia intensiva são pacientes que estão nesta faixa etária contemplada.
“Considerando que os idosos acima de 80 anos sofrem com a imunossenescência, perda progressiva da imunidade associada ao avanço da idade, o que é um grande fator de risco para adoecimentos graves pela Covid-19, Pernambuco decide, neste momento, autorizar a aplicação de uma terceira dose de reforço nesta população, garantindo, assim, uma proteção mais robusta aos nossos idosos. Sabemos, também, que o cenário atual aponta uma falta de disponibilidade, por parte do Governo Federal, de imunizantes que atendam toda a população”, ressalta o secretário estadual de Saúde, André Longo.
As vacinas usadas para a quinta dose são as da Pfizer e serão enviadas na quarta-feira (23) para as Gerências Regionais de Saúde (Geres), onde ficarão à disposição dos municípios.
Segundo a superintendente de Imunizações de Pernambuco, Ana Catarina Melo, para tomar a quinta dose, o idoso precisa ter tomado a quarta há, no mínimo, quatro meses. “Se não [tiver tomado nesse intervalo], as equipes devem orientar a pessoa ou seus cuidados a voltar em tempo oportuno para aplicação desta terceira dose de reforço”, explica.
Subvariantes
Outro fator que pesou a favor da decisão de aplicar o terceiro reforço nos idosos é a disseminação da BQ.1 e da XBB, subvariantes da ômicron, no Estado.
O pediatra e membro do Comitê Estadual de Acompanhamento da Vacinação, Eduardo Jorge Fonseca, alerta que essas novas cepas são, especialmente, “evasivas” à resposta imune gerada pelas vacinas.
“O ideal seria que já tivéssemos disponíveis no Brasil as vacinas bivalentes que incluem, ao menos, as subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron. Entretanto, na sua ausência, existem evidências que novos reforços com a vacina da Pfizer, induzem melhoria da proteção imunológica. Por isso, esta é uma decisão baseada no bom senso, na ciência e nas experiências relatadas por outros países”, argumenta.