Iraquianos são interceptados com passaportes falsos no Recife e pedem refúgio para fugir de guerra

 Iraquianos são interceptados com passaportes falsos no Recife e pedem refúgio para fugir de guerra

Passaportes falsos de Israel foram usados pelos iraquianos para tentar embarcar para a Espanha, segundo a PF (Foto: Polícia Federal/Divulgação)

PF divulgou, nesta segunda-feira (1º), que duas mulheres e criança tentavam embarcar para a Europa com documentos de Israel. Eles foram autuados, mas vão responder em liberdade, até que pedido para ficar no Brasil seja analisado.

Três estrangeiros, sendo duas mulheres e uma criança de 6 anos, entraram com pedido de refúgio no Brasil e declararam ser fugitivos da guerra que atinge o Iraque. De acordo com a Polícia Federal em Pernambuco, os iraquianos Majida Shammo, 22 anos, Eida Haji, 28, e o filho dela, Haji Lavano, foram interceptados no Aeroporto Internacional do Recife Gilberto Freyre, na madrugada de sábado (30), quando tentavam embarcar para a Espanha com passaportes falsos de Israel. A corporação divulgou, nesta segunda (1º), que eles chegaram a ser detidos.

Autuadas, a desempregada e a estudante de engenharia, que é mãe da criança, passaram por audiência de custódia e foram liberadas pela Justiça. Assim, elas poderão responder em liberdade pelos crimes de falsificação de documento público e uso de documentos falsos, até que o pedido de permanência no Brasil seja analisado. A PF informou que a solicitação foi preenchida quando as estrangeiras prestavam depoimento.

A PF em Pernambuco salientou que as iraquianas demonstraram interesse em pedir refúgio no Brasil e não retornar para o Iraque. Para isso, alegaram que lá não existe trabalho nem liberdade e que seu país está destruído por guerras. Elas informaram também que alguns parentes foram mortos no conflito.

De imediato, o documento será encaminhado ao órgão central da Polícia Federal em Brasília. A análise do pedido de permanência caberá ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), responsável por declarar o reconhecimento, em primeira instância, dessa condição de estrangeiros.

O caso está sendo tratado como de cunho humanitário. A Polícia Federal em Pernambuco afirmou que todas as providências foram tomadas em parceria com a Justiça Federal, Defensoria Pública, Prefeitura do Recife e Secretaria de Defesa Social.

Logo depois de prestar depoimento, as mulheres e acriança seguiram para o Instituto de Medicina Legal (IML), na área central do Recife, para se submeter a exames de corpo de delito. Em seguida, foram levadas a um hotel na capital. A partir de terça-feira (2), segundo a PF, deverão ficar numa casa abrigo indicada pelo governo do estado esperando a decisão do pedido de refúgio.

Autuação

Segundo a Polícia Federal, as duas mulheres e a criança foram interceptadas no aeroporto do Recife por causa de um comunicado feito pela companhia aérea às autoridades pernambucanas. Os iraquianos tentavam embarcar para a Espanha com os passaportes falsos. A PF informou que o crime foi confirmado por uma das mulheres, que fala árabe e inglês.

Majida Shammo, conforme a PF, revelou que os três chegaram ao Brasil e ficaram hospedados em um hotel do Rio de Janeiro. Na capital fluminense, foram orientados a viajar até o Recife, onde pegariam um avião para a Europa. Naquele continente, tentariam pedir refúgio. Ela não informou, no entanto, quando o trio entrou pela primeira vez no país.

Interrogatório

As mulheres informaram aos policiais federais que existem informações verdadeiras nos passaportes. Os documentos são considerados falsos por declarar que eles são israelenses e não iraquianos.

Segundo a PF, uma das mulheres informou que eles compraram os passaportes na Turquia. Pagaram US$ 100 pelo documento para cada adulta e US$ 50, pelo da criança. A PF ressaltou que elas não deram mais detalhes de quem entregou esses passaportes.

Edição PE NEWS:Robson Ouro Preto

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