Justiça decreta prisão preventiva e namorado que confessou ter matado estudante no Recife segue para o Cotel

 Justiça decreta prisão preventiva e namorado que confessou ter matado estudante no Recife segue para o Cotel

Paulo César foi preso por matar a namorada, Remís Carla, no Recife (Foto: Danielle Fonseca)

Segundo a Polícia Civil, Paulo César de Oliveira Silva, de 25 anos, esganou a estudante Remís Carla Costa, de 24 anos. Ele enterrou o corpo a cerca de 400 metros da própria casa.

O juiz Abérides Niceas decidiu, neste domingo (24), pela prisão preventiva de Paulo César Oliveira da Silva, de 25 anos, acusado de matar esganada a universitária Remís Carla Costa, de 24 anos. Ele foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. A estudante estava desaparecida desde o dia 17 de dezembro.

De acordo com a Polícia Civil, o namorado confessou o crime e afirmou que estava sob efeito de drogas quando cometeu o assassinato. Ele foi preso em flagrante no sábado (23) por ocultação de cadáver, em Vicência, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, e vai responder também por feminicídio. Paulo enterrou o corpo de Remís a, aproximadamente, 400 metros da sua casa.

A audiência de custódia começou às 13h50 e terminou por volta das 15h deste domingo (24). Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), houve, inicialmente, um arbitramento de fiança no valor de R$ 30 mil. A defesa chegou a pedir que o valor reduzisse pela metade, mas, com a decretação da preventiva, esse arbitramento de fiança foi anulado.

Durante coletiva de imprensa na manhã deste domingo (24), o delegado Élder Tavares, que comandou as investigações, explicou que o namorado mudou a primeira versão dada à polícia e admitiu que a briga foi devido a um a. A estudante queria levar o celular dele, após ele ter quebrado o celular dela no dia 22 de novembro. Na primeira versão, ele havia dito que ela foi embora depois da briga.

Corpo de Bombeiros foi acionado para retirar o corpo de Remís Carla Costa (Foto: Bruno Fontes)

Já no segundo depoimento, ele relatou que os dois entraram em luta corporal devido à disputa pelo celular. Durante a confusão, ele colocou a mão na boca dela para que não fizesse barulho e chamasse a atenção dos vizinhos. Ele terminou de esganá-la com a mão direita. Ainda de acordo com o delegado, o perfil de Paulo é de uma pessoa fria.

A chefe do Instituto de Criminalística (IC), Sandra Santos, explicou que as equipes de peritos papiloscopistas conseguiram fazer rapidamente a identificação da jovem através da impressão digital. Parte dos exames periciais ainda não foi concluído, mas os primeiros resultados confirmam a versão de Paulo César.

Queixa

Remís prestou queixa contra o namorado na Delegacia da Mulher no dia 23 de novembro deste ano, um mês antes de ser encontrada morta. Na ocasião, ela se queixou de injúria, ameaça, lesão corporal e danos. Após solicitação da estudante, foi emitida uma medida de afastamento pela Justiça.

Desaparecida

Remís foi vista pela última vez no dia 17 de dezembro. Ela deveria ter voltado para casa, depois de passar o final de semana com o namorado. Desesperados, parentes e amigos da jovem fizeram um apelo nas redes sociais para conseguir pistas ou informações que pudessem revelar o seu paradeiro.

No sábado (24), os policiais localizaram o corpo da jovem, que estava em avançado estado de decomposição após ser enterrado próximo à casa de Paulo César. A polícia chegou ao local depois de uma denúncia ter sido feita por meio de uma ligação anônima para o Grupo de Operações Especiais (GOE).

Universitária Remís Carla Costa foi enterrada no Cemitério de Paulista, no Grande Recife, sob palmas e homenagens (Foto: Thays Estarque)

Enterro

Sob forte comoção, o enterro da universitária no Cemitério Campo Santo São José, em Paulista, no Grande Recife, foi marcado por homenagens neste domingo (24). Bastante emocionada, a mãe da estudante, Ruzinete Costa, disse que ainda tinha a esperança de encontrar a filha com vida. Sem velório, o corpo de Remís chegou ao cemitério por volta das 11h20.

No local, o que se via nos semblantes dos presentes era consternação. Para os amigos e parentes, era difícil acreditar que a vida da estudante havia sido tirada de uma forma tão brutal. Remís era integrante do Movimento Feminista Popular. No local, o grupo exibiu um grafite com o rosto da universitária e um cartaz com os dizeres: “Remís Carla presente na luta”.

UFPE

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) lamentou a morte da estudante de pedagogia Remís Carla Costa. O reitor Anísio Brasileiro decretou luto oficial de três dias pelo falecimento da estudante. “Toda a comunidade acadêmica lamenta profundamente a morte de Remís Carla e se solidariza com sua família e amigos”, aponta a nota divulgada pela instituição.

Edição:Robson Ouro Preto

 

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