Para a deputada federal Marília Arraes
o que vai determinar o futuro da volta à normalidade após o fim do
período de isolamento rigoroso provocado pela pandemia do coronavírus é o
planejamento e a adoção de medidas eficazes por parte do Poder Público.
Para ela, áreas essenciais como a saúde, a educação e a economia não
poderão sofrer ainda mais pela falta de planejamento.
“O problema é que não se vê
Governo do Estado ou Prefeitura do Recife fazerem um debate sobre isto.
Não nos preparamos para o lockdown e também não estamos pensando em como
sair dele”, observa.
Marília cobrou medidas de isolamento
social rígidas antes mesmo do Governo do Estado reconhecer que deveria
adotá-las e da própria Justiça determinar uma postura mais firme das
gestões. Quando o lockdown foi anunciado, ela declarou apoio.
“Mesmo com atraso, estamos vivendo
o lockdown, mas o que surpreende é a falta de estratégia para lidar com
o pós-lockdown em Pernambuco e no Recife. Não houve ações preventivas
antes e não está existindo planejamento para o retorno às atividades que
precisam voltar a funcionar para atender a população”, cobra Marília.
A deputada lamenta ainda que, apesar
do repetido discurso de união por parte de alguns gestores, não se tem
notícia de uma reunião ampla sequer do Governo do Estado e Prefeitura
com a bancada federal de deputados e senadores. “Nem o Prefeito do
Recife nem o governador solicitaram um encontro para dialogar. Falam de
união, mas há um evidente isolamento político, de atitudes
individualistas que não levam em conta a participação dos que também
foram eleitos pelo voto popular”, afirma.
Marília diz que os próprios prefeitos
da Região Metropolitana do Recife foram vítimas da postura autoritária
do Governo do Estado. “O lockdown foi decretado sem articulação com
os municípios. Teve prefeito que disse ter recebido apenas uma ligação
telefônica comunicando o que seria feito. Se querem tratar tudo isso a
sério, e praticar a união, que tenham responsabilidade, que convoquem as
pessoas. Mas falam em união na hora de tentar encobrir gastos
exorbitantes sem licitação. Esse absurdo não vamos aceitar”, conclui.