No aniversário de Joaquim Nabuco, Fundaj reabre equipamentos

 No aniversário de Joaquim Nabuco, Fundaj reabre equipamentos

Fachada do Museu do Homem do Nordeste da Fundacao Joaquim Nabuco, situado no bairro de Casa Forte, Recife, Pernambuco.

A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), do Ministério da Educação (MEC), reabre seus equipamentos culturais no Recife e Região Metropolitana na quinta-feira (19). Na data, o Brasil celebra os 172 anos do nascimento do diplomata Joaquim Nabuco, patrono da Instituição sediada em Pernambuco e um dos principais intelectuais abolicionistas do Século 19. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, preside pela manhã a programação no Museu do Homem do Nordeste (Muhne). À tarde, a presidência da Fundaj anuncia projetos no Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho.

“É com imensa satisfação que alguns de nossos equipamentos voltam a funcionar presencialmente. Sabemos da importância das atividades museais. Para viabilizar este retorno, todos os protocolos serão reforçados”, celebra o presidente da Fundaj, Antônio Campos. Desde março de 2020, o Muhne suspendeu suas atividades presenciais, em decorrência dos primeiros registros de casos de coronavírus (Covid-19) no Estado. Neste tempo, o equipamento iniciou um projeto de requalificação: instalação de equipamentos de prevenção e combate a incêndios.

No local, uma caixa d’água de aproximadamente 30 mil/l foi construída, bem como a ampliação da rede hidráulica nos edifícios, salas de exposição e cinema, com sprinklers e mangotinhos. Sensores de fumaça, luzes e sinalizações de emergência também integram o projeto, que deve ser concluído até o fim de setembro, com a instalação de hidrantes no exterior do complexo. “É preciso salvaguardar a nossa história. O projeto já era previsto, mas conseguimos adiantar com o fechamento”, ressalta a coordenadora-geral do Muhne, Fernanda Cavalcanti.

Na ocasião, o ministro da Educação confere em primeira mão a mostra “389 dias de Solidão”, na sala de abertura do edifício Gil Maranhão. A exposição reflete os desafios dos museus diante da pandemia. “A gente espera o público e o atual cenário o afastou dos espaços de visitação. A nossa instalação museológica problematiza esta ausência a partir de intervenções em reproduções de obras de renomados artistas, espalhadas em museus pelo mundo, e também da arte popular”, comenta o coordenador de Museologia, Albino Oliveira.

Outra reabertura figura entre as novidades deste dia: a do Espaço Janete Costa Arte e Cultura. Dedicado aos artesãos e artistas populares, a loja do Muhne ocupa o hall principal do equipamento e conta com peças que podem ser adquiridas pelo público a preços acessíveis. Neste ano, o Espaço já publicou seu edital de seleção de artistas e artesãos para ocupar a galeria comercial. Mais informações disponíveis no site www.fundaj.gov.br. As inscrições seguem até o dia 1º de abril de 2022.

A programação contará, ainda, com o lançamento do livro “Museu do Homem do Nordeste em 40 peças” (Editora Massangana, 2021), organizado pelos museólogos Henrique Cruz e Marília Bivar, e da exposição “Três Ceramistas”, na Sala Valdemar de Oliveira. O título que resgata a história do equipamento, a partir de peças expostas. Em 2019, o Muhne completou seus primeiros 40 anos peças. Já a montagem apresenta os trabalhos da designer Gisela Abad, do advogado Saulo Dubourcq e do cirurgião dentista Sergio Bandeira, em diálogo com o projeto Museu de Vizinhança.

Na parte da tarde, os anúncios ocorrem no Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho. No local, onde Nabuco viveu até os oito anos de idade, a Fundaj instalará uma usina fotovoltaica, destinada à captação e produção de energia solar. A iniciativa será realizada em caráter piloto e integra o Projeto Fundaj Sustentável. “O objetivo é atender inicialmente as demandas energéticas do Engenho, mas pretendemos expandir para atender a necessidade de toda a Instituição”, explica o diretor de Planejamento e Administração (Diplad), Allan Araújo.

A Fundaj encerra a programação de aniversário com o anúncio da segunda edição do Prêmio Delmiro Gouveia de Economia Criativa. Em 2020, o edital destinado aos nove estados do Nordeste destinou R$ 900 mil de orçamento da Instituição Federal e contemplou 90 projetos. Desta vez, o certame organizado pela Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) deverá abranger quatro categorias.

Jornada
O dia 19 marca também a celebração do Dia da Fotografia. Por conta da data, a Fundaj, por meio do seu Centro de Documentação e Estudos da História Brasileira (Cehibra), promove a I Jornada Fotografias e Coleções. A iniciativa contará com quatro mesas de debate, convidados especiais e transmissão no canal da Fundaj, no YouTube, entre as 10h e as 17h30. Entre os pontos destacados no evento está a relação entre Nabuco e as fotografias. “Joaquim Nabuco gostava de ser fotografado, frequentava estúdios de fotografia tanto no Brasil quanto no exterior. Percebemos que registros de família e de sua vida pública são assinados por grandes e conhecidos fotógrafos das casas mais importantes de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Recife”, aponta a coordenadora do Cehibra, Betty Lacerda.

Palestras
Os pesquisadores Carlos Augusto Santa Anna Guimarães e Joanildo Albuquerque Burity irão participar de lives sobre a obra de Nabuco, a partir das 18h. Guimarães vai falar sobre “Nabuco, religião e política: quase-republicanismo?” e Burity vai convidar o público a refletir sobre “Resquícios da escravidão na contemporaneidade brasileira: desigualdades raciais e políticas públicas”.

Para encerrar a programação do dia 19 de agosto, o canal da Fundaj no YouTube transmite a palestra “O que Nabuco pensaria do Brasil de hoje?”, proferida pelo Acadêmico da Academia Brasileira de Letras, Joaquim Falcão, com mediação do diretor da Dimeca, Mario Helio. O evento virtual será a partir das 19h30.

Redação

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