O polêmico uso do oximetro

 O polêmico uso do oximetro

Oxímetros são aparelhos que têm como função aferir o nível de oxigenação no sangue de usuários, vendidos principalmente em duas formas: de pulso ou de dedo. A segunda versão, mais portátil, ganhou popularidade sem precedentes em 2020, por ser indicada pelo médico norte-americano Richard Levitan como importante ferramenta de detecção da Covid-19, por apontar insuficiência pulmonar quando o paciente ainda não sente falta de ar.

Pensando em se proteger da Covid-19, pessoas ao redor do mundo compraram ou pensam em adquirir um oxímetro, aparelho que mede a oxigenação no sangue do paciente. Mas o uso do oxímetro ajuda a detectar a doença de casa? A seguir, listamos quais são os usos corretos do oxímetro, sua relação com a Covid-19, e estudos envolvendo o aparelho.

Fabricantes reportaram crescimento inesperado nas vendas do aparelho de monitoramento, assim como aconteceu com as máscaras cirúrgicas no início da pandemia, criando uma nova discussão entre médicos sobre a real necessidade do uso doméstico de oxímetros.

Grande parte dos profissionais de saúde brasileiros, incluindo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, não aconselha a medição de oxigenação sanguínea como indicador de risco de infecção por Covid-19. O dado mais relevante para a contraindicação, além do receio pela falta no mercado, é o índice de 80% dos pacientes acometidos pela Covid-19 que não apresentam necessidade de internação hospitalar.

Adicionalmente, em entrevista à revista médica Houston Methodist, o pneumologista Dr. Tim Connolly destacou que nem todos os infectados por Covid-19 apresentam níveis baixos de oxigenação, e sua medição pode ser uma fonte falsa de tranquilidade. Por isso, o uso doméstico do aparelho não deve ser visto como um teste de infecção por coronavírus.

O consenso que existe no ambiente médico é da essencialidade do uso de oxímetros no ambiente hospitalar, onde profissionais conhecem todas as nuances do seu uso, suas particularidades em relação a condições preexistentes de cada paciente – disfunções de hemoglobina, interferência cirúrgica, hipotensão, movimentos irregulares ou até o uso de esmalte de unhas podem alterar o resultado de testes – e o que seus resultados indicam frente à Covid-19.

 

João Alberto

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