Por que o Oceano é o nosso futuro?

 Por que o Oceano é o nosso futuro?

Coluna Isabelle Vilela

A pandemia do COVID-19 nos mostra que estamos todos conectados uns com os outros e com o meio ambiente, os esforços para acabar com a pandemia nos oferece a oportunidade única para corrigir a nossa relação com a natureza, incluindo o Oceano. Logo, é importante entender como nossas vidas são dependentes do Oceano.

O Oceano é o maior ecossistema da Terra e principal reservatório de água com 97% de todo o volume. Cobrindo cerca de 70% da superfície o Oceano atua como o pulmão do nosso planeta, constitui o maior meio de absorção de carbono e, sem ele, os outros 30% dificilmente seriam habitáveis. Ele nos fornece alimentos, meio de subsistência, transporte, atividades exclusivas de recreação e benefícios econômicos gerando empregos para milhões de pessoas.

Contamos com o Oceano também na nossa saúde, uma vez que muitos medicamentos são provenientes dele, como compostos usados no combate ao câncer, a atrite, a doença de Alzheimer e as doenças cardíacas. Você sabia que bactérias descobertas nas profundezas do oceano são usadas para acelerar a detecção do COVID-19? Esse é um dos muitos benefícios desses organismos, que foram descobertos em 1986 por microbiologistas norte-americanos no Mar Adriático. No entanto, a poluição marinha, como o plástico e compostos inorgânicos, coloca em risco a biodiversidade que auxilia no combate a muitas doenças.

Além disso, o Oceano é o maior reservatório de calor do sistema climático global, atuando como principal regulador térmico absorvendo cerca de 90% do calor extra retido na atmosfera. Enquanto o calor restante se manifesta no derretimento do gelo, aquecimento da atmosfera e da superfície terrestre (1, 2, 3). Atualmente, as vidas nas cidades e comunidades costeiras de todo o mundo já são afetadas por eventos de alto impactos e mudanças nos sistemas de clima relacionados ao aquecimento do oceano, como o aumento do nível do mar, inundações, secas, ondas de calor, incêndios, ciclones tropicais, entre outros.

Apesar disso, o homem insiste em impulsionar o aquecimento global através da emissão de gases do efeito estufa além de continuar poluindo o oceano. Sabendo que o nosso futuro depende das nossas atitudes hoje, convido todos a escolher hábitos mais sustentáveis e cobrar dos governantes a conservação do oceano através da inovação e da ciência.

 

 

 

@isabellevilela1 @oceanmatters2020

 

 

Referências:

 

1 – M. Rhein, S. R. Rintoul, S. Aoki, E. Campos, D. Chambers, R. A. Feely, S. Gulev, G. C. Johnson, S. A. Josey, A. Kostianoy, C. Mauritzen, D. Roemmich, L. D. Talley, F. Wang, Observations: Ocean, in Climate Change 2013: The Physical Science Basis. Contribution of Working Group I to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change, T. F. Stocker, D. Qin, G.-K. Plattner, M. Tignor, S. K. Allen, J. Boschung, A. Nauels, Y. Xia, V. Bex, P. M. Midgley, Eds. (Cambridge Univ. Press, 2013).

2- K. von Schuckmann, M. D. Palmer, K. Trenberth, A. Cazenave, D. Chambers, N. Champollion, J. Hasen, S. A. Josey, N. Loeb, P.-P. Mathieu, B. Meyssignac, M. Wild, An imperative to monitor Earth’s energy imbalance. Nat. Clim. Change 6, 138–144 (2016).

3- K. E. Trenberth, J. T. Fasullo, M. A. Balmaseda, Earth’s energy imbalance. J. Clim. 27, 3129–3144 (2014).

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