Protesto no Aeroporto de Guarulhos contra a Starbucks chama atenção para questões trabalhistas da multinacional

 Protesto no Aeroporto de Guarulhos contra a Starbucks chama atenção para questões trabalhistas da multinacional

Foto: Divulgação

O Aeroporto Internacional de Guarulhos foi palco de um protesto em frente à loja Starbucks na tarde desta última quinta-feira (21). A representante dos trabalhadores da empresa nos Estados Unidos, Brandi Alduk, em parceria com sindicatos brasileiros, organizou o ato para destacar as alegadas práticas antissindicais e más condutas trabalhistas da famosa multinacional de café.

O protesto recebeu o apoio de destacadas centrais sindicais, incluindo CUT, UGT e Força Sindical. Essa demonstração pública faz parte de uma série de eventos em que Alduk tem participado no Brasil, todos focados na conscientização dos trabalhadores e do público em geral sobre seus direitos trabalhistas e a responsabilidade das grandes corporações.

“Muitas pessoas pensam que a Starbucks nos trata muito bem, mas sistematicamente temos poucos funcionários e espera-se que trabalhemos muito mais do que corresponde ao nosso salário”, disse Brandi Alduk, que trabalha há quatro anos em uma loja no bairro de Queens, em Nova Iorque (EUA).

Rafael Guerra, representante da Service International Employees Union (SEIU), um sindicato norte-americano que representa cerca de dois milhões de trabalhadores, alerta para a possibilidade de a empresa adotar as mesmas práticas no Brasil. “Já vimos essa história antes. O McDonald’s aplica a mesma estratégia: implanta o desrespeito trabalhista e a falta de compromisso com seus funcionários onde é mais flexível, depois exporta o modelo para suas unidades ao redor do mundo”, denuncia.

Guerra explica que muitas empresas preferem pagar multas a respeitar os direitos trabalhistas. “Muitas dessas empresas só visam a lucratividade, as pessoas são apenas números para elas. Se desrespeitar direitos for mais barato do que cumprir leis trabalhistas, o que você acha que eles preferem? A história se repete constantemente”, completa.

No dia anterior à manifestação, 20 de setembro, Alduk visitou a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), acompanhada pelo tesoureiro da UGT Nacional, Moacyr Pereira. Lá, a trabalhadora se encontrou com os deputados estaduais Simão Pedro (PT) e Eduardo Suplicy (PT), aprofundando as discussões sobre as preocupações sindicais e compartilhando sua experiência com a Starbucks nos EUA, alertando para as más práticas no Brasil.

“A luta pelos direitos trabalhistas deve ser observada globalmente. As denúncias que chegam até nós fazem com que dobremos a atenção às más práticas que podem ocorrer em nosso país. A manutenção das leis trabalhistas é essencial para nós”, afirma Simão Pedro.

Eduardo Suplicy reforçou a fala do colega correligionário, enfatizando a responsabilidade social com os trabalhadores. “As leis trabalhistas são essenciais para termos uma proteção social para nossos trabalhadores e trabalhadoras. Vemos com preocupação as denúncias que a Brandi trouxe”.

Durante sua visita ao Brasil, Brandi Alduk tem consistentemente alertado sobre os desafios enfrentados pelos trabalhadores ao lidar com corporações multinacionais. Sua agenda culminou nesta sexta-feira (22), após um almoço com o presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, seguido de seu retorno aos EUA.

Céu Albuquerque

Jornalista, Escritora, Pesquisadora e Fotógrafa.

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