O Jardim Botânico de Brasília (JBB) encerrou, neste domingo (17), a primeira edição da Semana do Cerrado com uma palestra que destacou a importância do bioma típico do Distrito Federal. O evento, que trouxe à luz um Cerrado pouco conhecido pela maioria, contou com a participação do renomado ambientalista Vinicius Rossignoli. O encontro não apenas informou sobre a riqueza do Cerrado, mas também abordou a conexão entre sua biodiversidade e a alimentação local. A iniciativa buscou promover a conscientização sobre a necessidade urgente de preservar esse patrimônio natural.

Vinicius Rossignoli, ex-participante do programa Masterchef e especializado em culinária do Cerrado, compartilhou seu conhecimento sobre a incrível diversidade de sabores que esse bioma oferece, com mais de mil ingredientes únicos. Ele ressaltou como a utilização desses ingredientes locais não apenas enriquece a culinária, mas também tem um impacto positivo na conservação ambiental.

“Tomate, alface, cenoura, pimentão… Nada disso é nativo do Brasil. Para cultivar esses alimentos aqui, é necessário modificar a terra, o que causa um sério impacto no solo”, alertou Vinicius. “O Cerrado, por outro lado, oferece alimentos com sabores únicos e está literalmente ao alcance de todos.”

A Semana do Cerrado, organizada pelo Jardim Botânico de Brasília, foi uma celebração multifacetada do bioma que envolve o Distrito Federal. Durante a semana, diversas atividades educativas e culturais foram realizadas, desde um café da manhã com pratos típicos do Cerrado até apresentações de corais e contação de histórias.

O Centro de Excelência do JBB também apresentou obras de artistas que retratam a beleza do Cerrado, destacando sua diversidade e singularidade. Além disso, uma exposição sobre resíduos eletrônicos foi montada no Centro de Visitantes, que agora conta com um Ponto de Entrega Voluntário para descarte adequado desses materiais.

O superintendente técnico-científico do JBB, Cristiano Monteiro, destacou o sucesso da primeira edição da Semana do Cerrado, que envolveu cerca de 8 mil pessoas em suas atividades ao longo da semana.

“Nosso foco principal foi a educação ambiental. Queremos mostrar que essa não é uma pauta do futuro, mas sim do presente”, afirmou Monteiro. “Com mais de 50% da vegetação nativa do Cerrado já perdida, é fundamental conscientizar a população sobre a importância da preservação desse bioma.”