Câmara do Recife homenageia 10 anos do “Espetáculo Caixa de Natal”

Celebração destaca trajetória e reconhecimento de um dos maiores espetáculos natalinos do Brasil.

 Câmara do Recife homenageia 10 anos do “Espetáculo Caixa de Natal” Celebração destaca trajetória e reconhecimento de um dos maiores espetáculos natalinos do Brasil.

Foto: Divulgação

Na última sexta-feira (01), a Câmara Municipal do Recife foi palco de uma Reunião Solene em homenagem aos 10 anos do espetáculo Caixa de Natal, reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Recife. O evento contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o vereador Marco Aurélio Filho, autor do requerimento, a senadora Teresa Leitão, o vereador Zé Neto, além dos produtores Luiz Carlos Neves Filho, conhecido como Lulinha, e Diogo Lima, e Raquel Gomes, da CAIXA Cultural.

Estamos aqui hoje não apenas para celebrar o espetáculo, mas também para abrir mais uma vez as portas desta casa e fazer valer a luta daqueles que fazem a diferença na cidade do Recife. Diante disso, fica o nosso agradecimento”, declarou o Vereador Marco Aurélio Filho, autor do requerimento.
Durante a solenidade, Lulinha expressou a importância do reconhecimento. “Hoje, aqui, estamos vivendo um momento muito marcante em nossas vidas, pois não é todo dia que recebemos um título de patrimônio cultural por algo que desenvolvemos em nossa cidade. Essa sessão solene tem um significado especial, pois encerra um ciclo e inicia outro, repleto de novos desafios e caminhos a serem trilhados”.

Em sua décima edição, o evento traz como convidados especiais o instrumentista Hamilton de Holanda e o cantor e compositor Alceu Valença. A apresentação é gratuita e será realizada no dia 1º de dezembro, às 18h, nas janelas e varanda da CAIXA Cultural Recife, na Praça do Marco Zero. Além disso, o espetáculo vai reunir crianças e nove coralistas adultos que participaram das edições anteriores, celebrando a tradição e abrindo o calendário de comemorações natalinas do Recife.  

A história por trás dos dez anos de um dos maiores e mais inclusivos espetáculos de Natal gratuitos do país. Como tudo aconteceu. Da ideia ao patrimônio:

De uma grande amizade surgida na produção de um show que promoveu, em 2011, o reencontro épico dos artistas Alceu Valença e Lula Cortez, em São Paulo, os produtores fundadores do projeto se uniram cerca de um ano após para iniciar a construção do que se tornaria um dos maiores espetáculos de Natal do país, com média de público de 80 mil pessoas e destaque para o pico de 110 mil, em 2019.

Comum na criação das produções culturais, as perguntas “o que”, “onde” e “como” foram respondidas em plena sintonia: Lulinha trazia o sonho de uma cantata natalina e havia idealizado o formato através da união de vozes infantis com solos de guitarra. Portanto sabendo o que queriam realizar, partiram juntos em busca de um local que pudesse receber o espetáculo, e ao surgir a possibilidade de parceria com a CAIXA Cultural, Diogo Leite batizou o projeto, sugerindo o duplo sentido entre “uma caixa de presente para a Cidade do Recife” e o nome do local que seria o principal parceiro do projeto. Convidaram então o produtor e arranjador Tovinho para a concepção musical do espetáculo e o guitarrista Paulo Rafael como atração instrumental, expandindo a equipe através dos melhores profissionais da cadeia produtiva local e altamente capacitados a fazer com que as vozes das crianças e jovens ecoassem em praça pública para uma multidão, já no primeiro ano mexendo com milhares de corações pernambucanos. A partir daí, vieram os artistas convidados que abrilhantaram a abertura do Natal na cidade do Recife: nossas crianças viveram um “Novo Tempo” com Ivan Lins, voaram no “Lindo Balão Azul” de Guilherme Arantes e no “Taxi Lunar” de Geraldo Azevedo, homenagearam a “Menina dos Olhos do Mar” de Lenine, viajaram “De Volta pro Aconchego” com Elba Ramalho, pintaram uma linda “Aquarela” com a sanfona de Lucy Alves, brincaram na “Fazendinha” do Mundo Bita, visitaram a “Mama África” de Chico César e diante da saudade de uma multidão presencial, emocionaram a praça com um histórico “Voltei Recife” conduzido pelo mágico bandolim de Hamilton de Holanda.

O CAIXA de NATAL foi um sonho que se tornou realidade conquistando a capital pernambucana e o pertencimento da cidade em um curto espaço de tempo. Aqui não teve mágica, mas sim, muito esforço, coragem, determinação, perseverança, resiliência, amor e fé. Todos os anos, abrimos mão de um tempo valioso com nossas famílias para conseguir realizar cada edição”, ressalta Lulinha, que mergulhou profundamente em estudos e pesquisas para encontrar o melhor formato para a grandiosidade que sonhava.

Com olhos no futuro e movidos pela busca da realização de uma cantata natalina única, ao vivo, sempre impactante e transversal nos aspectos cultural e social, a dupla adianta os próximos passos do projeto: “Comemoramos nossos 10 anos no dia 1º de dezembro e, no dia seguinte, entraremos na segunda década deste grande sonho totalmente dedicados em expandir o nosso alcance de transformação de vidas para outros estados brasileiros, com prioridade na região Nordeste, através da criação do Instituto CAIXA de NATAL“, revela Diogo Leite.

Como resultado da caminhada de sucesso do espetáculo, a consagração pública do projeto se torna oficial através de uma das maiores conquistas que um projeto sociocultural pode alcançar: o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Recife, com reconhecimento do conselho internacional de festivais folclóricos e artes tradicionais CIOFF / UNESCO, figurando como um dos projetos mais jovens a receber o referido título.

Céu Albuquerque

Jornalista, Escritora, Pesquisadora e Fotógrafa.

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