População do Amazonas Recorre às Máscaras: Queimadas Ameaçam Saúde Pública
A população do Amazonas se vê forçada a retomar o uso de máscaras, não por causa de uma ameaça invisível, mas devido a uma invasão inclemente da fumaça proveniente das queimadas que vêm assolando a região. Com uma cidade inteira submersa na névoa sufocante, cerca de 2 milhões de habitantes lutam contra as adversidades que a alta concentração de material particulado e outros poluentes atmosféricos traz para a saúde pública.
Diante desse cenário de crise ambiental, a Comissão de Biodiversidade, Poluição e Clima da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) se posiciona como um farol de orientação e alerta. A organização elaborou um conjunto de diretrizes essenciais destinadas a ajudar as pessoas que residem nas áreas impactadas pelas incessantes queimadas.
De Onde Vem a Fumaça?
Embora as queimadas sejam uma ocorrência comum no Brasil entre os meses de agosto e outubro, elas podem ser agravadas e intensificadas em períodos de seca extrema. O uso irresponsável do fogo frequentemente leva a situações for a de controle, com a devastação de áreas de floresta tropical que normalmente não seriam afetadas. Além disso, incêndios criminosos são uma triste realidade que acentua o problema.
Deterioração da Qualidade do Ar
Um projeto pioneiro desenvolvido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) deu origem à rede Selva, que monitora a qualidade do ar com equipamentos de baixo custo em comparação com os dispositivos de referência utilizados em outras partes do mundo. Entre setembro e outubro de 2023, os dados da rede Selva registraram picos de concentração de material particulado fino (MP2,5) chegando a impressionantes 500 μg/m³. As médias de 24 horas se mantiveram perto de 150 μg/m³, dez vezes mais do que o padrão estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 15 μg/m³. Além do material particulado, outros poluentes prejudiciais à saúde são liberados pelas queimadas, incluindo óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos.
Proteja sua saúde
- Fique dentro de casa com portas e janelas fechadas;
- Procure abrigo em outro lugar se não tiver ar condicionado e estiver muito quente para ficar dentro de casa com as janelas fechadas;
- Não aumente a poluição do ar interior. Não acenda velas nem use fogões a gás, propano ou lenha, lareiras ou sprays aerossóis. Não frite e nem asse carne, não fume produtos de tabaco nem use aspirador de pó. Todas estas atividades podem aumentar a poluição do ar interior;
- Tenha comida e medicamentos suficientes à mão para vários dias, para não ter de sair à procura de mantimentos. Se precisar sair, evite horários do dia em que há mais fumaça;
- Não confie em lenços para se proteger da fumaça. Se você precisar ficar ao ar livre quando houver fumaça, use mascara N95, que cobrem o nariz e a boca, se ajustam perfeitamente ao rosto e podem filtrar partículas de fumaça ou cinzas antes de inalá-las.
- As crianças não devem ajudar nos trabalhos de limpeza e não devem brincar nas cinzas;
- Limpe as cinzas de todos os brinquedos infantis antes de usá-los;
- Mantenha os animais de estimação longe de locais contaminados.
- Pessoas com doenças cardíacas ou pulmonares, incluindo asma, idosos, crianças e mulheres grávidas devem tomar precauções especiais com as cinzas.
- Vista-se adequadamente. Use luvas, camisas de mangas compridas, calças compridas, sapatos e meias para evitar contato com a pele. Usar óculos de proteção também é uma boa ideia. Troque os sapatos e as roupas antes de sair do local a ser limpo para não pegar cinzas e carregá-las para o carro ou outros locais;
- Não beba e nem use água da torneira até que as autoridades de emergência lhe digam que possa fazê-lo. Os sistemas de abastecimento de água e os poços podem ser danificados e contaminados durante os incêndios florestais.
- Lave todos os alimentos que tenham sido expostos ao calor, fumaça, inundações ou cinzas.
Sobre a ASBAI – A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia existe desde 1972. É uma associação sem finalidade lucrativa, de caráter científico, cuja missão é promover a educação médica continuada e a difusão de conhecimentos na área de Alergia e Imunologia, fortalecer o exercício profissional com excelência da especialidade de Alergia e Imunologia nas esferas pública e privada e divulgar para a sociedade a importância da prevenção e tratamento de doenças alérgicas e imunodeficiências. Atualmente, a ASBAI tem representações regionais em 23 estados brasileiros.
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