Prefeito afastado de São Lourenço da Mata classifica como ‘golpe’ denúncia de fraudes em licitações públicas
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robsonouropreto
- 30 de setembro de 2017
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Prefeito afastado de São Lourenço da Mata
O prefeito afastado de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira (PTB), devido a uma operação policial deflagrada na terça-feira (26) para investigar desvios de dinheiro público em sua gestão, afirmou ter tranquilidade em relação às investigações feitas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de Pernambuco. “Não vou aceitar o golpe”, cravou durante coletiva de imprensa no Recife na tarde desta sexta (29) para ressaltar que as queixas de fraude em licitações públicas têm cunho político.
“Tenho certeza de que tudo vai ser esclarecido e que vou voltar a ocupar o cargo que o povo de São Lourenço me deu. Estamos confiando na Justiça deste país”, afirmou. Sem querer citar nomes, Bruno Pereira alegou esperar o trabalho das instituições responsáveis pela investigação. “Vocês vão ver quem tem a verdade”, pontuou o político.
Em relação aos R$ 23 mil em espécie encontrados em sua casa no dia em que a Operação Tupinambá foi deflagrada, Bruno Pereira alegou que R$ 14 mil eram de seu pai e outros R$ 6 mil eram de seu irmão. “Eu tenho costume de guardar dinheiro em casa e tinha R$ 3 mil meus. Ficou comprovado que a outra parte era do meu pai e do meu irmão, nós moramos na mesma casa e eles também tinham dinheiro guardado”, justifica.

As denúncias de fraude em processos licitatórios, feitas pelo presidente da Câmara Municipal de São Lourenço da Mata, foram respondidas pelo controlador do município, José Felipe Pereira. “Essas denúncias são inverídicas. O município de São Lourenço da Mata tem uma receita média de R$ 160 milhões. Até o dia 30 de junho, foram arrecadados R$ 79 milhões. Com esse dinheiro, foram pagos salários em atraso, por exemplo”, alega.
Quanto à ausência de documentos para serem recolhidos durante a operação policial, o controlador do município, Edson Vera Cruz, explicou que os processos licitatórios estavam em uma sala que não foi vistoriada pela polícia. “Estava tudo lá, nada foi retirado, mas eles [os policiais] não entraram no local”, afirma.
Sobre o caminhão parado em uma rua próxima à sede da administração municipal 12 horas antes do início da operação policial, o veículo estava carregado de impressoras, conforme explicou a defesa de Pereira. “Os equipamentos são alugados e estavam sendo substituídos quando o popular fez as imagens”, conta o controlador José Felipe Pereira.
Com relação à funcionária fantasma que alegou ter o nome publicado no Portal da Transparência mesmo sem atuar na gestão, José Felipe Pereira afirmou que a mulher trabalhou em gestões passadas, mas não esclareceu o motivo de o nome da funcionária estar publicado nós documentos. “Ela já atuou em 2015 e 2016, mas nunca na gestão Bruno Pereira. Não temos nenhum pagamento feito a essa mulher”, garante.
De acordo com a gestão, todos os documentos solicitados pelos órgãos responsáveis pela investigação já foram entregues para análise. “Todas as denúncias estão sendo respondidas”, assegura o prefeito.
Presente na coletiva, o senador Armando Monteiro (PTB) assegurou ter confiança no trabalho do colega de partido. “Ao final desse processo, restará comprovado o senso de responsabilidade e de idoneidade de Bruno”, ressalta.
Entenda o caso
Deflagrada na manhã da terça-feira (26), a Operação Tupinambá teve como objetivo afastar o prefeito Bruno Pereira e os secretários municipais de Finanças e Saúde dos cargos públicos, para prosseguir com investigações a respeito de desvio de bens e recursos públicos. Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão domiciliar no Recife e nas cidades de São Lourenço da Mata e Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, e em Caruaru e Bezerros, no Agreste pernambucano.
Fonte: G1
Edição: Geibson Almeida

